segunda-feira, 9 de junho de 2014

Alergia a Ovo

Você sabia que o ovo é o segundo alimento que mais causa alergia no Brasil, perdendo apenas para o leite? As principais proteínas causadoras de alergia são a ovoalbumina e a ovomucóide, encontradas na clara, mas como é impossível separá-la da gema é necessário retirar os ovos totalmente da dieta, inclusive os alimentos em que ele aparece em pequenas quantidades. 
A nutricionista do IMA Brasil, Daniela Cunha Cavalheiro, afirma que a exclusão do ovo na dieta é a principal terapia disponível para a prevenção da reação alérgica. O tratamento inclui educação do paciente, da família e dos cuidadores. 
Herança genética, idade, hábitos alimentares, hereditariedade, exposição ao alimento, permeabilidade gastrointestinal e fatores ambientais são alguns dos motivos que podem levar o indivíduo a desenvolver alergia alimentar, uma reação do sistema imunológico, que cria anticorpos contra proteínas e passa a atacá-las quando ingeridas. A principal ação destes anticorpos é num grupo de células denominadas mastócitos, provocando a liberação de histamina, o que provoca os sintomas alérgicos.
“A maioria dos alimentos pode desencadear uma resposta alérgica, mas, a preparação, o cozimento e a ação do ácido digestivo e das enzimas destroem este potencial. Os alimentos frequentemente envolvidos na alergia são os que possuem alto teor de proteínas”, explica a especialista do IMA Brasil.

Sintomas de alergia ao ovo

Os sintomas de alergia ao ovo podem surgir de 30 minutos ou até 4 horas após a ingestão do alimento. Estes sintomas podem ser:
  • Urticária: placas avermelhadas e inchadas na pele;
  • Dificuldade para respirar: respiração curta e rápida;
  • Inchaço da língua e ou garganta;
  • Pressão baixa.

Conheça algumas dicas passadas pela nutricionista Daniela Cavalheiro que podem ajudar a pessoa alérgica ao ovo a conviver melhor com o problema:

ALIMENTOS PROIBIDOS
Muitos produtos de panificação: brownies, bolos, cookies, muffins, bolos, tortas e alguns cremes ou merengue /pão ralado e pães comerciais/pudins, e alguns gelados e sorvetes (verifique o rótulo).
Nuggets de frango.
Bebidas como gemada, Ovomaltine e Julius Laranja. Marshmallows/marzipan e nougat.
Maionese/almôndegas, bolo de carne/salsichas/ panquecas / waffles .
Sopas claras clarificadas com clara de ovo e sopas contendo noodles de ovo e molho tártaro.
Todos os substitutos de ovos comerciais, como Egg Beaters.
ALIMENTOS PERMITIDOS 
Todos os cereais e grãos como aveia e arroz.
Todas as frutas frescas, congeladas ou secas e legumes.
Carnes assadas, grelhadas ou assadas, peixe e frango.
Feijão, lentilha, macarrão sem ovo e sopas sem ovo.
Pães, comercial ou caseiro, sem ovos (baguettes sourdough, francês e italiano são geralmente ovo-free).
Gelatina, batata frita, frutas e sorvete feito sem ovos.
Bolos caseiros, biscoitos, muffins, panquecas, waffles preparados sem ovos 
O QUE PROCURAR NOS RÓTULOS 
As palavras: "binder", "coagulante", e "emulsionante"
Albumina (proteína do ovo).
Globulina / Lecitina (quando não estiver especificado se é de soja).
Livetin / Lisozima.
Qualquer palavra que comece com ovo ou óvulos, como ovalbumina, ovoglobulin, ovomucin, ovomucoid, ovotransferrina e ovovitellin
Simplesse (a substituição de gordura) /Vitelina.

ALERGIA A FRUTOS DO MAR


         
A alergia a frutos do mar (camarão, carangueijo, marisco, siri, lagosta e peixes) está presente em 1% a 3% da população, principalmente em adultos. É menos comum na infância devido a menor ingestão destes alimentos.  Em geral, uma vez diagnosticada, tende a persistir durante a vida toda.

        Alguns estudos analisaram as admissões por reações alimentares em unidades de emergência de hospitais norte-americanos e os crustáceos foram os alimentos mais frequentemente responsáveis pelas reações em pessoas com idade superior a 6 anos.


Características clínicas

A maioria das reações alérgicas ocorre imediatamente (alguns minutos até 2 horas) após a ingestão dos frutos do mar e incluem:
  • coçeira
  • placas avermelhadas no corpo
  • inchaço dos lábios, boca e faringe
No caso do camarão, a reação alérgica pode ser desencadeada após a realização de atividades físicas.

Reações cruzadas com outras fontes de alérgenos

Pessoas alérgicas a peixes e crustáceos frequentemente também afirmam serem alérgicas a ácaros e insetos. Acredita-se que estas ‘reações cruzadas', como são conhecidas, ocorram em função da semelhança de uma proteína presente em todos estes grupos, as chamadas tropomiosinas. Ou seja, mesmo uma pessoa que nunca consumiu frutos do mar poderia tornar-se alérgica a estes através do contato com outras fontes de tropomiosina, como por exemplo ácaros e alguns insetos (como, pasmem!, baratas) que possuem a tropomiosina semelhante à presente nos frutos marinhos.

Diagnóstico

É possível comprovar a presença (ou não) de alergia a frutos do mar. Hoje, existem testes cutâneos com extratos alergênicos capazes de detectar os anticorpos específicos contra estes alimentos. Quando há dúvida, o alergista pode realizar um teste de provocação oral e  monitorar os sintomas.

Tratamento

Apesar dos avanços, o único tratamento efetivo é a exclusão dos frutos do mar da dieta.

É frequente os pacientes questionarem se podem utilizar antialérgicos antes de ingerir camarão para evitar os sintomas. Prestem atenção: esta conduta NÃO deve ser realizada em hipótese alguma.

Vale lembrar que aos que desconfiam ter uma alergia a frutos do mar ou outro alimento recomenda-se sempre procurar um  especialista que poderá fazer exames para determinar a presença (ou ausência) e natureza da alergia, bem como recomendar o tratamento adequado.